A SECA CHEGOU AO PLANALTO

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E quando se vê o sol já está alto às 7:00h da manhã,  o canário chapinha não mais estala anunciando o amanhecer, o pardal “estrangeiro” começa a perturbar com seu chiado, a safrinha atrasada esturicou,  a poeira amarelo/vermelho sobe ao passar do gado, dos carros, do vento e a palhada se mostra cinzenta.

Chegando a seca no Planalto Central do Brasil o Sol vai dominar a paisagem por seis meses ininterruptamente e o azul do céu é inigualável: límpido, sem manchas. As águas irão diminuindo de março a outubro. Serão oito meses de Sol e, desses, dois (junho e julho) com dias de sequidão e frio cortante à noite. A reza é necessária para que em julho, agosto tenha uma chuva que irá salvar as flores das frutas do cerrado, ainda existentes nas reservas públicas como Águas Emendadas, Parque Nacional de Brasília, a Chapada dos Veadeiros ou em em alguma fazenda esquecida. As nascentes em profusão vão diminuindo feito o fim de uma sangria, deixando a terra agonizando e sujeita às queimadas inconsequentes.

O Sol se deita vermelho no horizonte longícuo entre nuvens diminuídas e levanta-se queimando, soberano, cegando e impiedoso a partir das 10:00h. da manhã.

Os pássaros nativos com seus filhotes que nasceram no período chuvoso escondem-se para a muda de penas. As rapineiras voam baixo a procura daquelas que ousam exporem-se ao Sol quente. É a hora do gavião ligeiro que passou a chuva magro e faminto, a vez da coruja que terá grilos e ratos a vontade nas palhadas de soja, milho e sorgo.

As águas diminuem, as queimadas virão e os bombeiros, socorristas e preservadores ambientais terão trabalho dobrado para enfrentar o fogaréu que se abaterá sobre o cerrado, sobre as reservas e o capim ressecado até que a flor do piqui desabroche no calor de agosto, setembro,  que trará as chuvas fortes de novo.

 

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