Comemora-se hoje, 19 de abril, o Dia do Índio. Talvez, por displicência do proponente, justamente três dias antes de se oficializar o chamado “descobrimento do Brasil” pela cultura ocidental. Depois, aqui estamos participando por mais de meio milênio, do desmonte das culturas nativas e, no Brasil, especialmente, até há muito pouco tempo, segregando os nativos, os índios, encolhendo seu território, usurpando-lhes de vez sua cultura, seu modus vivendis. Afinal, a cultura ocidental, dominante e pouco afeita a respeitar aos povo primitivos, mesmo em nome de Deus tem causado um verdadeiro genocídio em todas as partes do mundo.
Mas, nem só de homens maus é feita esta história dos índios no Brasil. De há muito tempo, nomes respeitados pela dedicação a esta significativa parte sanguínea do povo brasileiro, tem trabalhado para mostrar que somos um povo miscigenado de preto, branco e vermelho e que, as três vertentes da espécie humana são igualmente capazes de desenvolver projetos de alcance, no sentido de tornar o mundo melhor para todos. Especialmente, dizem alguns entendidos, que esta miscigenação produz o homem moderno. Concluindo: saimos na frente, já que o mundo é esta aldeia onde, depois de muito tempo e de muita resistência, está sendo visto como um mundo para todos e da responsabilidade de todos, sem distinção de cor, credo ou nacionalidade. Assim já pensavam os irmãos Villas Boas, indianistas que dedicaram suas vidas em defesa de tribos diversas do Norte do Brasil, também assim o Professor Darcy Ribeiro, um dos auxiliares de Juscelino Kubitischeck de Oliveira, criador do Projeto UnB para a nova capital era intransigente na defesa dos índios, justamente nesta linha da miscigenação do povo brasileiro, e quem não se lembra do marechal Cândido Rondo? Morto pelos índios no decorrer de seu avanço rumo a penetrar na selva amazônica, último reduto impoluto dos nativos sul americanos na década de 60 do século passado, Rondon deixou sua marca de pacificador, defensor do avanço do progresso ocidental mas, preservando os nativos em sua essência.
O Dia do Índio é o dia de se pensar no nativismo, no simples, no fruto da terra, na floresta, nos rios e lagoas, na preservação ambiental, nos animais bravios e livres, nas coisas que, sem elas este mundo não existiria. Salve o índio americano de Sul a Norte, de Leste a Oeste e que sua luta para que se respeite a terra, seja o centro das atenções daqueles que administram a Terra. Salve 19 de abril!