Caminhão e retro escavadeira em ação em área suburbana de Planaltina.(Foto Jefferson)
O Ministério Público de Planaltina de há muito vem sendo chamado a manifestar-se frente a problemas da administração pública. Há mais de doze anos atrás o MP local causou um verdadeiro problema na prefeitura e na Câmara de Vereadores, quando, tendo à frente o Promotor Dr. Rafael Simonetti, movimentou o Judiciário contra prefeitos e vereadores, redundando na cassação de vários políticos da municipalidade. O MP daquela época teve um Delegado de Polícia como seu principal informante, conhecido Delegado Dr. Fernando, que, dentre outras mazelas levou à cassação temporária do Vereador Carlim Imperador e a prisão de Dr. Luiz Roberto de Sousa, titular do Cartório de Registros de Planaltina a época e vários cartorários, numa ação sem precedentes na história planaltinense. É verdade que muitas das denúncia apresentadas pelo Delegado Fernando foram por ele fabricadas, redundando em erros de julgamento que até hoje repercutem na Justiça local. O caso do vereador Carlim Imperador foi emblemático: foi inocentado e o Delegado acusador, descoberto pela própria polícia, tratava-se de um farsante que extorquia a cidadãos de bem, criando crimes inexistentes para pedir pagamentos, propinas, por detrás da função do Estado. Fatos amplamente noticiados pela grande mídia estadual e nada agradável para a recente história do município planaltinense.
Vista área sentido Sul/Norte (da cidade rumo Água Fria) lado direito da GO 430, saindo de Planaltina.(Foto Jefferson)
Agora, neste final de fevereiro o MP de Planaltina recebeu uma denúncia sobre mau uso do poder público, combinado com agressão ao meio ambiente, levada a termo pelo político e influencer Jefferson Amador, consubstanciada pela resposta do Dr. José Soares Junior, Promotor de Justiça, responsável pela denúncia, assinada por seu secretário Luiz Felipe Lopes dos Santos, que responde aos questionamentos do denunciante, dizendo das poucas informações contidas no requerimento inicial e pede diligências do próprio Jefferson Amador no sentido de provar o que ele denuncia.
Nossa reportagem em conversa com Jefferson Amador, o denunciante, este nos disse confiar em que se faça Justiça e que trata-se de “dois crimes perpetrados pela prefeitura municipal, sendo um de agressão ao meio ambiente e o outro, mais grave, diz Amador, corrupção a céu aberto com caminhões e máquinas pagos pela prefeitura, sob a orientação do prefeito e de Vereadores sendo usados para vender aterro para particulares”, afirma.
O caminhão e a pá carregadeira. Será o mesmo que faz a entrega em canteiro de obras privado? (Foto Jefferson)
Jefferson acompanhou os serviços dos caminhões por mais de uma semana, fez vídeos e fotos, assim como entrevistou a caminhoneiros, tendo o material sob sua guarda e parte foi encaminhado ao Ministério público. No questionamento a Promotoria dá a entender que existe um trabalho sendo feito pela prefeitura, informado pelo próprio denunciante (noticiante, diz o MP), usando a terra da escavação para contenção de voçoroca na Quadra 12, Oeste e que as informações contidas na “notícia” não são suficientes para formalizar a denúncia.
O MP dá ao noticiante, Jefferson Amador Alves do Nascimento, o prazo de 10 dias para completar as informações que convençam sobre o desvio da terra retirada do local e avisa que a “notícia” será arquivada se as informações não forem prestadas e, ao mesmo tempo encaminha expediente ao noticiado, a prefeitura, para que a mesma tome ciência dos fatos e possa corrigir-se quanto a “notícia” de desvio de finalidade da terra e os mesmos 10 dias para que dê explicação ao MP sobre o fato.
A obra que recebeu um dos caminhões de terra. “Nada identifica tratar-se de obra privada”. diz MP (Foto Jefferson)
Deduz-se que o Ministério Público de Planaltina de hoje não está mais com o ímpeto de incriminar a autoridades como naqueles tempos, antes, busca zelar para que a administração pública, mesmo sob a pressão da oposição política, possa desenvolver seu trabalho, cuidando para melhorar quanto a transparência na execução dos mesmos.
Jefferson tem sido um influencer ativo, denunciando a ausência do governo municipal quanto a questão do transporte coletivo e agora, busca denunciar ao que chama de “duplo crime” nesta movimentação de terras na cidade.