Elpídio Cunha em foto da década de 1970. (*1913 +2007). Arquivo pessoal de Eva Márcia Fontes.
Elpídio da Cunha Rezende, o poeta Elpídio Cunha, nasceu em 1913, aos 10 de setembro, na pequena cidade do Triângulo Mineiro, Santa Juliana. Católico, teve passagem estudantil pelo Seminário São José de Uberaba-MG. Casou-se com dona Tereza Rodrigues em 1936. Ela, irmã de Joaquim Gonçalves Sobrinho, o Joaquim Mineiro que viria para o município de Planaltina, para a Fazenda Brasília, no final da década de 1940.O casal Elpídio e Tereza foram pais de sete filhos, todos, dizia ele orgulhoso, com curso superior e, hoje, alguns já falecidos. Entre os filhos, as mulheres Sandra e Mirian eram as mais destacadas em suas referências familiares, tanto que o poema “Meu Retrato”, ele dedica a sua filha Sandra e Mirian, a caçula, era nada mais nada menos do que super protegida.
Elpídio e dona Tereza mudaram-se para Planaltina-DF, Brasília, em 1970 a chamado de seu cunhado, Joaquim Mineiro, que viria ser prefeito da nova Planaltina em 1973. Deixou em Minas Gerais os filhos mais velhos e uma vida de luta, indo de comerciante a açougueiro para criar a familia e dar-lhes escola adequada, tendo morado, além de em Santa Juliana, em Ituiutaba e Uberaba, cidades vizinhas de sua terra natal, no Triângulo Mineiro. Tornou-se, naquele ano de 1970, funcionário polivalente da prefeitura municipal de Planaltina. Era escriturário (datilógrafo), assessor de gabinete, escrevente do delegado e de tudo que fosse preciso escrever.
Coreto Elpídio Cunha, espaço público semi abandonado na Praça Jurandir Camilo Boaventura.
Poeta de grande sensibilidade fez da poesia sua arma de expressão para a família e para guardar lembranças por onde passou, podendo serem observados dois momentos distintos de sua poesia: a fase dos sonetos, desenvolvida até a década de 1980 e a segunda, dos versos livres, quando após 1980 ele resolve deixar-se levar pela poesia mais livre, escrevendo poemas como “A morte do pássaro” e “Menino de rua” indo na direção do modernismo, mostrando que, mesmo depois dos 60 anos de idade, reinventava-se. Faleceu em 2007 em sua casa em Planaltina-DF, Brasília, poucos dias após a morte de sua maior inspiração: dona Tereza. Deixou cerca de quinze poemas com este jornalista, poesias já publicadas neste jornal nas décadas de 1980/1990 e que são o motivo do Sarau Poeta Elpídio Cunha, que será realizado no próximo dia 25/07 (Dia do Escritor), promovido pela Academia de Letras de Planaltina, ALBPLGO que o homenageia como um dos primeiros poetas que trabalharam na consolidação da Planaltina goiana pós Brasília.
Convite para o Sarau em homenagem ao poeta que tem muitos sobrinhos em Planaltina.