Acidente ocorrido neste início de fevereiro causa indignação pela irresponsabilidade da fiscalização no transporte de passageiros.
Planaltina, cidade goiana de cerca de 110 mil habitantes é uma cidade dormitório e com pouca chance de tornar-se diferente, considerando o bom serviço de Brasília que, perto, propicia oportunidades para o trabalhador planaltinense, distante pouco mais de 70 quilômetros.
Neste início de semana, mais precisamente às 6:00h da manhã do dia 5 de fevereiro (quarta-feira), mais um acidente fatal. Dois veículos, carros de passeio, cada um com cinco trabalhadores jovens, colidem de frente naquela rodovia. Uma tragédia anunciada.Não existe fiscalização do órgão competente naquela estrada. Porquê?Se existe uma linha de ônibus operando normal e legalmente no local, se observam o número de loteiros em franco trabalho, se é visível que o descontrole daquele trânsito trás prejuízos de vidas e de imposto para o governo. Qual é o problema?
Aquelas vítimas de um acidente como este da quarta-feira deveriam entrar na Justiça contra a ANTT e a prefeitura municipal de Planaltina, requerendo reparos financeiros pela negligência administrativa de ambos. Afinal, a ANTT não faz seu trabalho deixando o transporte clandestino e desmedido avançar sobre o trabalhador do município e a prefeitura, conivente, deixa o trabalhador a mercê do transporte pirata.
Trabalhadores indo e vindo de Planaltina para Brasília em transporte irregular são vítimas de uma permissividade homicida.
A ANTT, todos sabem, é o órgão oficial fiscalizador que deveria dar o exemplo, ignora suas obrigações com o abandono total, deixando o transporte clandestino de veículos particulares fazer o transporte sem a mínima segurança, deixando a vida das pessoas correr riscos de morte com esse total desmando.
Aproximadamente, 3000 veículos fazendo esse transporte pirata, transportando cerca de 15 mil passageiros diariamente, partindo de Planaltina-GO para o Distrito Federal.
Como Planaltina DF e Sobradinho são bairros de
Brasília, fica ali o principal foco desse transporte pirata, que acaba trazendo mortes, deficiências físicas e milhões de reais de prejuízo ao país.
Sem trazer nenhum benefício aos governos, prejudica frontalmente a organização do transporte coletivo regular, especialmente de Goiás para o DF.
Além disso, a cultura do transporte clandestino em veículos de passeio, vem tirando as condições de investimentos das empresas de ônibus que a cada dia investem nos seus veículos em benefício de seus usuários buscando fazer uso de tecnologia moderna já usada e aprovada em outras localidades com o intuito de dar maior e melhor atendimento, enquanto são impedidas pela inoperância da fiscalização oficial de darem suas contribuições necessárias para o desenvolvimento dos municípios, dos estados e do país.
Outras tragédias virão até que os dois principais responsáveis atentem que o ir e vir dos trabalhadores em segurança é o que paga os seus salários. Até quando?