Pescaria ou mesmo passeio com barco a remo.
Férias de meio do ano e é tempo de filhos e netos deixarem um pouco o burburinho urbano e irem para a roça, conhecerem suas origens, alguns aprenderem a diferenciar cavalo de vaca, passar e conhecer mata-burro, pinguela, apanhar laranja, mergulhar no córrego, andar de canoa, pescar, tirar leite, capinar, andar de trator e chegar em estradas empoeiradas e esburacadas no interior do município de sua terra natal.
Vaca matriz nelore. Gado tipo corte que domina a região.
Planaltina é um município de mais de 2 mil quilômetros quadrados de extensão com duas regiões bem distintas: uma fica do lado Nordeste de sua sede, tendo o distrito de São Gabriel como referência. É região de topografia plana, um platô de altitude de cerca de até 800 metros, e produção agrícola voltada para plantação de soja, milho e sorgo, não deixando de existirem cultivares como a batata inglesa e tomate. A segunda região fica a Sudeste da sede. É uma região de terras irregulares pode-se dizer montanhosa, terras que podem chegar entre 600 e 1000 metros de altitude, tendo o distrito de Córrego Rico como referência. É região da criação de gado vacum leiteiro, de corte e engorda, piscicultura e ainda mantendo as roças de subsistência, tendo ainda áreas planas em que a monocultura ou duo cultura de milho e soja se apresentam. Estrada na direção do rio Maranhão, tudo as custas do produtor rural.
A rodovia estadual GO 430 corta o município praticamente ao meio na direção Sul/Norte, saindo da sede rumo a Água Fria de Goiás, deixando as duas regiões descritas, separadas geograficamente pelo ribeirão Cocal que desce do platô de São Gabriel rumo a região de Córrego Rico indo alcançar o ribeirão Arraial Velho na divisa Norte do município com Água Fria de Goiás.
Tanque de peixes. Uma das alternativas econômicas da região.
Segundo informações não oficiais servem ao município mais de 300 quilômetros de estradas de rodagem, sendo que um trecho de, aproximadamente, 45 km da GO 118/BR 010, (do DF para o Tocantins) e mais uns 15 km da GO 230 (Planaltina a Formosa) perfazendo cerca de 60 quilômetros de rodovias asfaltadas dentro do município. O restante, inclusive a rodovia estadual GO 430 (Planaltina a Água Fria de Goiás) em extensão de mais de 80 quilômetros, tem asfalto em pouco mais de 10 km dentro do município.
Máquina patrolando a estrada do Mata Cavalo com recurso dos fazendeiros da região.
Neste início de julho/2025, andando pelas estradas empoeiradas de Planaltina, juntamente com a empresária Cleide Macedo, vice-presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Planaltina – ACIAPLA – observamos as vias patroladas, saídas de enxurradas corrigidas e comentamos em mais de uma oportunidade sobre os serviços da prefeitura municipal, mas em todas elas “batemos com a cara na porteira” para usar uma expressão caipira. “A prefeitura? Nada! Se quisermos estradas deste jeito temos de contratar máquinas ou usar as nossas para recupera-las.” Era a fala dos produtores rurais do município planaltinense.
Estrada recentemente raspada na região do Córrego Rico. Gasto dos produtores.i
Especialmente a região montanhosa, região afeta a Córrego Rico, os produtores rurais com maior poder financeiro fazem uma “vaquinha” que chega ultrapassar os 20, 30 mil reais, usados no pagamento de máquinas, combustível e mão de obra para manterem as estradas transitáveis, até chegar o período das chuvas, quando novos problemas surgirão. A vice da ACIAPLA preocupou-se com a situação, “Não podemos deixar de lembrar ao prefeito que seu serviço que está bom na cidade, deve ser ampliado. Não podemos deixar a região produtora sem melhoria nas estradas. Deve-se, inclusive, correr para que asfaltem a GO 430 (Planaltina a Água Fria de Goiás) o mais rápido possível!”, anotou Cleide Macedo.
Entrada de fazenda com mata-burro. Cuidado com a propriedade e com a estrada que é de todos.