Na democracia a luta sucessória é, pode-se dizer, uma constante. Aqui em Planaltina, por exemplo, dá-se intensamente e é até difícil caracterizar um fato, um movimento, que defina mais claramente o início ou o fim da disputa de um mandato eletivo. Você estranha? Desde 2009, portanto há dez anos, que o município vive instabilidade no poder Executivo (Prefeitos acusados, condenados e cassados outros impedidos de concorrerem), teve problemas sérios dentro do Judiciário (Cartório julgado e dono trocado) e até presidente do Legislativo preso por, supostamente, realizar falcatruas. Tudo avalizado pelos olhos dos que buscam chegar ao poder municipal e até mesmo incentivado por eles. Existindo, inclusive, candidato que é candidato a qualquer cargo (antes ou depois) nas disputas municipais, ou seja, um candidato que não chegou ao poder mas, que tem sua campanha já antecipada para a próxima eleição, seja lá do que for.
Ponto de Vista – A SUCESSÃO PLANALTINENSE E SEUS EXAGEROS
Agora, neste início de junho, um movimento da Câmara de Vereadores, precipitou a campanha de 2020. O prefeito municipal Eles Reis de Freitas, que já tinha cumprido meio mandato entre 2015/2016, isso depois da cassação do prefeito reeleito em 2012 e iniciado um trabalho de recuperação da municipalidade, teve seus balancetes daquele período rejeitados pela Câmara (11 X 5 e 1 abs.), tornando-se inelegível para 2020, numa clara ação de impedimento de possível forte candidato adversário no próximo pleito. Pareceu-nos o start, pois o prefeito Reis que, assumiu em novembro passado, vinha focado no trabalho de recuperação da cidade que, tivera seu prefeito eleito em 2016, cassado e passava por mais uma turbulência, sentiu o golpe e já se sabe, está na busca de achar alguém de seu grupo político que possa, competentemente, substituí-lo. Aí começam-se as especulações. Quantos candidatos a prefeito aparecerão? O prefeito (PTC) vai ter o candidato dele, claro; o Delegado Cristiomário (PSL) é candidato, diz; Carlim Imperador pode vir pelo PROS; Carlinhos do Egito (PSDC) tem sua vontade; Genival Fagundes (PMB) trabalha nesta direção; Ronaldo Portilho, sem partido, agora aposentado, está olhando o movimento; um candidato da esquerda com o PT não pode ser descartado; o vice prefeito João Neto tem o PR na mão; Dinha (ex-prefeito) tem o DEM e Ronaldo Caidado; o vereador Almério Barros é força do PSC e o Professor Zenilton tem apoio do PSDB. Viu? E, para agravar a situação temos uma legislação que aponta para a ausência de coligações para a vereança, levando-nos a crer que outros nomes poderão aparecer isolados, na busca de melhorar o índice de votos de seus partidos pequenos. Dez candidatos a prefeito em nossa cidade é muito? Seria a primeira vez e possibilitando que um deles seja eleito com entre 15 e 20% dos votos válidos apurados, já que não se tem segundo turno em cidades com menos de 200 mil eleitores, o que é nosso caso. Em meio aos exageros fica difícil para o eleitor conduzir ao poder políticos comprometidos com o futuro da cidade. Ainda temos a possibilidade de prorrogação de mandatos de prefeitos. Mas, esta é outra história.