As cidades, todas elas, são as maiores geradoras de poluição para o planeta e dentre os muitos tipos de poluição a sonora é, sem dúvida, a mais presente e sensível delas.
Em Planaltina, cidade de, aproximadamente, 120 mil habitantes, sem indústrias que possam causar malefícios ambientais significativos, senão duas voltadas uma para o agro negócio (calcário dolomítico) e outra para a construção civil (argamassa) não estão na conta de poluidoras contumazes de modo que respira-se ar puro o ano inteiro.
No entanto o trânsito de uma cidade em franco desenvolvimento, com grande parte das vias com asfalto de péssima qualidade, com distâncias muito longas do centro para os bairros, sem transporte coletivo público regular tem levado os moradores ao uso permanente de motocicletas, tanto no transporte de passageiros (moto-boys) quanto na tele entrega (delivery) de mercadorias, modalidade que expandiu-se, vertiginosamente, com o problema da epidemia da COVID 19 e a necessidade do isolamento.
Daí vê-se no trânsito, além dos problemas do envolvimento em acidentes, o barulho intermitente de motos, a maioria entre 150 e 250 selindradas, com escapamentos irregulares, permeando o movimento dos carros e prestando o seu serviço sem observar o barulho ensurdecedor que emitem.
Os moto taxistas, cientes de seus afazeres e mesmo contando com uma espécie de autorização pública para os serviços de transporte de passageiros procuram trabalhar respeitando a legislação e, assim, manterem suas motos silenciosas e ordeiras, no entanto o trabalhador com delivery é um acrobata e, na maioria das vezes um irresponsável, quanto a condução no trânsito e ao meio ambiente.
Este jornal em parceria com a Associação Comercial local – ACIAPLA – vem desenvolvendo uma campanha, chamando a atenção dos motociclista em geral para o que ocorre de negativo para com a cidade e os prejuízos causados pela poluição sonora. No entanto o barulho das motos além de deixarem a cidade barulhenta durante o dia, estendem madrugada a dentro, desrespeitando as horas de descanso, os lugares como Hospitais, Clínicas e até mesmo Delegacias, Postos policiais e o Quartel da PM-GO.
As autoridades municipais, segundo comerciante envolvido na campanha, “são coniventes com a prática dos motociclistas, inclusive o prefeito pede para os policiais (PM-GO) responsáveis pela normalidade do trânsito, não fiscalizarem os condutores irregulares”. O prefeito, sem saber da acusação do empresário, sugeriu a nossa reportagem “Já que tiraram da GCM (Guarda Civil Municipal) a incumbência de zelar pelo trânsito na cidade. O que acha falarmos com a PM-GO?”, indagou.
Sem dúvida é o caminho que este trabalho deve trilhar na busca de diminuir a poluição sonora em Planaltina, melhorando substancialmente a qualidade de vida daquele que vem a noite para casa, dormir a 50/80 quilômetros do trabalho, descansar e retornar ao labor em Brasília no dia seguinte.
