A SECA CHEGOU COM FORÇA

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Primeiro de agosto de 2023. O mês e o dia do ano podem marcar o início de um período de sérias dificuldades a ser enfrentado pela população do Planalto Central Brasileiro, especialmente por Planaltina, cidade sede do município histórico de mesmo nome, localizado em Goiás, na Saída Norte de Brasilia, servido pelas rodovias DF 128 pelo Sul e GO 118 pelo lado Leste.

A cidade sede municipal, abriga hoje, aproximadamente 100 mil habitantes, sendo a grande maioria de trabalhadores no Distrito Federal. Dista a 70 quilômetros do centro da Capital Federal, sendo portanto, uma cidade dormitório com excepcional procura, oferecendo moradia e comodidade de transporte tanto para a classe “C” quanto para a classe “A”, devido a especial localização geográfica.

No município de Planaltina brotam as nascentes do rio Maranhão (lagoa Formosa); do Cocal (em São Gabriel); do Arraial Velho (divisa com Água Fria de Goiás) cursos de água potável que correm para o rio Tocantins, importante tributário goiano, que junta-se ao Araguaia na Bacia Amazônica. Planaltina é, portanto, cercada de rico potencial hídrico, compondo inclusive, o platô geográfico conhecido como “Águas Emendadas”.

A sede da empresa e principal reservatório, mal cuidados, parecem indicar o período de dificuldades.

A SANEAGO – Saneamento de Goiás – é a empresa estatal que encampou o sistema de abastecimento de água desde a década de 1970, quando houve a primeira explosão demográfica no município pós Brasília, implantando o sistema de captação de água bruta nas nascentes do rio Maranhão a partir do final da década de 1980, início de 1990.

Desde então a SANEAGO vem adaptando seu sistema de captação com novas máquinas, criando reservatórios, poços artesianos, melhorando tubulação de distribuição e enfrentando um crescimento populacional acima da média nacional, portanto, não conseguindo acompanhar o ritmo de crescimento planaltinense. Os muitos construtores da cidade já reclamam sem encontrar eco em seus pedidos. “Não tem mais água” é a resposta.

A capacidade da captação de água, hoje existente está no limite com, aproximadamente, 40.000 usuários cadastrados e servidos de água e um sem número de pedidos de ligações para futuros empreendimentos. Urge, portanto, um esforço concentrado das autoridades para que, a médio prazo, a cidade de Planaltina possa hidratar-se, já que estagnar-se significará um atraso irrecuperável.

Este mês de agosto de 2023 indica duas únicas saídas: esforço sem medida para viabilizar nova captação ou estagnação como solução para Planaltina. Qual das duas opções está no radar das autoridades locais e regionais?

1 COMMENT

  1. Agora não adianta chorar o leite derramado,pois a irresponsabilidade inconsciente de nossos antepassados ,nos deixou uma herança muito difícil , de reparar a curto e médio prazo.E por incrível que pareça,continua ainda a falta de respeito,com nosso cerrado,ecossistema responsável pelas nascentes .

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