INVASÃO DE TERRAS EM PLANALTINA

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O município de Planaltina, um dos limítrofes do Distrito Federal pelo lado Norte, com mais de 2 mil quilômetros quadrados de extensão, grande produtor de soja, milho, sorgo e batata inglesa (exportação) e de feijão e arroz (consumo próprio), assim como tem expressivo rebanho de gado vacum de corte e leite, tem sido alvo de invasões de terra, deixando os proprietários preocupados e inseguros com seus patrimônios.

Nas imediações da cidade de Planaltina, tendo a especulação imobiliária como um dos principais fatores, visto que muitos loteamentos foram criados na expectativa de atrair compradores vindos de Brasília e mesmo de todo país, rumo ao Planalto Central e, conseguindo parcialmente o intento retrocederam e deixaram muitos compradores sem a documentação adequada, despertando naqueles invasores a cobiça e a certeza de estarem invadindo áreas com documentação frágil, tornou-se rotineira.

As histórias de invasões que terminaram em prejuízos irreparáveis são muitas, assim como aquelas com finais trágicos se multiplicam, tornando a sociedade, fruto desta demanda, em um grupo populacional violento e pouco disposto ao diálogo, posto que todo ele sente-se agredido em seus direitos.

O loteamento Bela Vista Mansões de Recreio, criado no final da década de 1970, que faz jus ao nome por colocar-se na encosta de um espigão com vista privilegiada para a lagoa Formosa do lado Leste, loteamento anexo ao Loteamento Oficial de Planaltina pelo lado Norte, foi projetado com, aproximadamente, 5 mil chácaras de 5 mil metros quadrados cada uma e, vendido parcialmente pela Morais Imóveis, empresa de Brasília que deixou parte de seus compradores desprotegidos quando perdeu o principal acionista, já velho e por morte natural, complicando, talvez intencionalmente, aos que ainda não tinham escritura definitiva dos imóveis, apesar de já contarem com a quitação de grande parte dos mesmos junto à imobiliária.

Esta área, hoje, distante de três a cinco quilômetros do centro de Planaltina, talvez pela valorização que torna-se cada vez mais evidente, tem sido palco de invasões, que desrespeitam a antigos proprietários, a toda legalidade, podendo levar a disputas com finais muito imprevisíveis.

Na zona efetivamente rural, de quando em vez, contam-se histórias de mortes e mais comumente a ação dos verdadeiros proprietários derrubando cercas e colocando fogo em ranchos e plantações feitas às escondidas dos donos e da lei. Um faroeste no qual morrem nem sempre os provocadores da contenda, mas aqueles que, inocentemente, se veem em meio ao fogo cruzado dos interesses dos proprietários verdadeiros e dos interessados em tirar proveito do que não lhes pertence, os invasores.

É certo que muitas das invasões são feitas por famílias necessitadas que, chegando à cidade nova, com muitos imóveis ainda desocupados, lhes parece que uma alternativa seria a ocupação de lotes, chácaras e até fazendas nas proximidades de onde se pretende residir. Um erro que tem levado à instabilidades da própria família e agredido à sociedade local, proprietária dos imóveis. É urgente que o estado, através de políticas que levem à legalidade, tome providências radicais no sentido de documentar, até mesmo buscando melhorar a arrecadação, todas as propriedades do município.

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